quinta-feira, 24 de maio de 2018

Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz quer conquistar Prémio da Escolha do Público


Prémios Europa Nostra 2018
Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz quer conquistar Prémio da Escolha do Público

- Portugal nunca venceu o Prémio da Escolha do Público
- Votação decorre online em http://vote.europanostra.org/ até 10 de junho
- Reabilitação do Jardim Botânico mereceu já a distinção de júri de especialistas independentes
- Jardins do Palácio Nacional de Queluz abrem gratuitamente ao público nos próximos três sábados

Sintra, 23 de maio de 2017 – O projeto de reabilitação do Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz ganhou, no passado dia 15 de maio, o Prémio da União Europeia para o Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2018, na categoria Conservação, uma distinção que representa o reconhecimento internacional, ao mais alto nível, de realizações notáveis no domínio da conservação e do património. Para celebrar esta vitória, a única conquistada por Portugal na edição deste ano, e dar a conhecer aos visitantes a recuperação realizada no local, os Jardins do Palácio Nacional de Queluz vão abrir gratuitamente ao público, nos próximos dias 26 de maio e 2 e 9 de junho.

A este prémio atribuído por um júri de especialistas independentes, a Parques de Sintra pretende agora juntar o Prémio da Escolha do Público, e trazer, pela primeira vez para Portugal, este galardão nunca antes conquistado por uma instituição nacional.

"Portugal nunca venceu este Prémio da Escolha do Público, como tal apelamos aos portugueses que se unam a nós neste esforço conjunto para trazermos esta vitória para este jardim e para Portugal", apela o presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra, Manuel Baptista.

A votação para o Prémio da Escolha do Público decorre até ao próximo dia 10 de junho, e estão a concurso todos os vencedores da edição de 2018 do Europa Nostra.

Para votar no Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz basta:

- Aceder ao site: http://vote.europanostra.org/
- Votar em três projetos por ordem decrescente (o projeto preferido deverá ser votado em primeiro lugar)
- Registar-se
- Confirmar a votação através do link recebido por email na caixa de correio eletrónico utilizada (verificar se o link não foi parar à pasta do spam)


Reabilitação do Jardim Botânico

O Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz foi construído entre 1769 e 1780, sendo contemporâneo das grandes realizações setecentistas do período barroco-rococó. De pequena escala, quando comparado com outros jardins botânicos desta época, Queluz assume uma natureza de entretenimento e recreio.

Sucessivamente destruído por fenómenos naturais e abandonado, o espaço perdeu a sua função original, tendo sido transformado em roseiral em 1940. Em 1984, na sequência das cheias de 1983 que afetaram fortemente esta zona, foi desmontado e transformado em picadeiro da Escola Portuguesa de Arte Equestre.

Em 2012, a Parques de Sintra assumiu a gestão dos Jardins e Palácio Nacional de Queluz, e iniciou um processo de investigação histórica e sondagens arqueológicas que possibilitou o restauro deste local.

O projeto ganhou ânimo com a descoberta e identificação de diversas cantarias - das fundações das estufas, do lago central e de estatuária - que tinham sido desmontadas em 1984 e entretanto integradas, ou esquecidas, noutros pontos dos Jardins.

"Este projeto foi bem-sucedido na redescoberta e recuperação de um jardim que se pensava perdido. Para isso recorreu-se a investigação arqueológica, à análise dos fragmentos restantes do jardim e da documentação existente", sublinhou o júri do Prémio Europa Nostra.

A recuperação do Jardim Botânico consistiu na reposição das quatro estufas, de acordo com a interpretação dos desenhos históricos, e contemplou ainda o restauro dos elementos pré-existentes, nomeadamente as balaustradas, os alegretes e respetivos bancos e painéis azulejares, as cantarias do lago central e a estatuária, com vista à restituição do desenho oitocentista do Jardim.

Foram também executados caminhos em saibro granítico, que delimitam 24 canteiros, representando os espaços necessários às plantações representativas das 24 ordens de plantas de Carlos Lineu (botânico, zoólogo e médico sueco que classificou hierarquicamente as espécies de seres vivos). Nas bordaduras dos canteiros foram plantadas aproximadamente 10 mil plantas de murta.

O Index de Manuel de Moraes Soares, datado de 1789, que reúne as espécies existentes na época no Jardim Botânico de Queluz, serviu de base para a constituição da coleção botânica. A partir desta listagem foram contactadas várias instituições a nível mundial que forneceram plantas e sementes para o local.

No interior das estufas, e de acordo com os registos históricos encontrados, foram plantados ananases, produzidos em tempos para os banquetes de Queluz.

"O projeto é um excelente exemplo de colaboração interdisciplinar que envolveu também a comunidade local. A divulgação dos resultados foi forte e possibilitou a conclusão do projeto. Isto irá criar sensibilização quanto aos resultados e garantir a sua sustentabilidade", acrescentou o júri do Europa Nostra.

O Jardim Botânico foi inaugurado em junho de 2017 e a sua reabilitação representou um investimento de 815 mil euros.

Os Prémios Europa Nostra 2018, e também o Prémio da Escolha do Público, serão entregues numa cerimónia que terá lugar a 22 de junho, em Berlim, durante a primeira Cimeira Europeia do Património Cultural.

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