MAIO DE 68 NA ACERT
A imaginação ao poder!
Meio século depois do Maio que mudou tanto na Europa e no mundo, iniciamos a programação deste mês com mais uma edição de Nu Palco. O convidado é o encenador, ator e dramaturgo português Hélder Costa, que também andou por Paris em 1968.
Na Galeria, uma exposição que nasce do convite do núcleo de ceramistas da ACERT a vários artistas, desafiados a realizar um elementos cerâmicos a partir de frases e slogans do Maio de 68.
HÉLDER COSTA
Nu Palco
Preço: 3/5 €
Palco do Auditório 1
Sáb, 5 de maio às 21:45
Sáb, 5 de maio às 21:45
Um dos grandes nomes do teatro português estará Nu Palco para um encontro que também será conversa com o público
Era 3 de Maio, três da tarde.
Estava eu a tomar uma bica com uns amigos no Boulevard S Michel, quando começou a descer uma manifestação de estudantes.
- Olha, mais uma!
- E os chuis?
-Devem estar a chegar.
Claro que já lá estavam, sabiamente escondidos à esquina da ponte, e passados uns segundos começaram a mostrar-se.
Pausa, silencio, só faltava a música do Morricone para recordar “ Era uma vez no Oeste”.
E nisto, a manifestação começou a avançar.
-Eh pá, os gajos estão a andar.
-Pois é. O que é isto?
-Isto hoje...
E, de repente, a manifestação desatou a correr.
Mas, oh milagre do inesperado, a correr em direcção à policia!
E a polícia, surpreendida com tal prova de afecto, recuou e entrincheirou-se.
Algum garboso centurião terá apelado ao nobre sentido cívico dos CRS, e ei-los que desembolaram enraivecidos.
Começaram a voar pedras, lixo, chávenas e cadeiras dos cafés.
-Vamos?
- Que remédio!
- Até parece mal se a gente não dá uma ajudinha.
Esta conversa e a descrita “perturbação da ordem pública” passaram-se nos primeiros minutos da primeira manifestação que lançou o Maio de 68.
Hélder Costa
PREÇO: 5,00€ / Associado: 3€ / Descontos: 4€ / Desempregado: 2,50€ / Bilhete família disponível
Ficha Técnica
Hélder Costa nasceu em Grândola a 6 de janeiro de 1939. É encenador, ator e dramaturgo. Estudou Direito na Faculdade de Direito de Lisboa e na Faculdade de Direito de Coimbra. Integrou o CITAC, em Coimbra, e presidiu ao Cénico de Direito, em Lisboa.
Exilado em Paris, frequentou o Institut d'Études Théatrales da Universidade de Sorbonne e foi fundador do Teatro Operário de Paris (1970). Após o 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal e foi um dos membros fundadores do grupo A Barraca, onde é encenador e diretor artístico. Dirigiu vários espetáculos em Espanha, Brasil, Dinamarca e Moçambique. É, igualmente, autor de uma vasta obra publicada.
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