Com um pé no passado e outro no futuro, já a pensar na mudança de casa para Almada, onde estará de 21 de fevereiro a 3 de março de 2019, o Muvi – Festival Internacional de Música no Cinema (competição em muvi.pt), exclusivamente em português, revê alguns dos filmes mais emblemáticos que exibiu ao longo dos anos, sempre com a presença de realizadores e alguns amigos bem conhecidos do meio musical.
Resposta à canção "Tanto Mar" de Chico Buarque através das canções e testemunhos dos músicos participantes, de forma a esboçar um retrato do Portugal contemporâneo, “Meu Caro Amigo Chico”, da realizadora e cantora Joana Barra Vaz, foi exibido no 1.º Muvi. A pertinência da revisão é reforçada face ao panorama que se vive atualmente no Brasil.
Outra repescagem da mesma edição é “A Sétima Vida de Gualdino”, de Filipe Araújo, vencedor do Palco Nacional das Odisseias Musicais. No culminar de uma vida rocambolesca, um baterista autodidata elevado a "lenda do jazz" por ter lançado dezenas de jovens inexperientes como Jorge Palma, Bernardo Sassetti, Dany Silva ou Joana Espadinha, sofre um AVC.
Este olhar pelo retrovisor incluí também o duplo vencedor – júri e público – do Palco Nacional dos Sonetos Cantados no Muvi 2016, "Pontas Soltas", no qual o realizador Ricardo Oliveira regista os devaneios da gravação do terceiro disco de originais dos Capitão Fausto. Outro excelente filme a merecer reposição na tela do Cinema São Jorge é “Auto Rádio”, de Gonçalo Pôla, sobre a digressão do álbum homónimo de Benjamim.
“Celeste”, de Diogo Varela Silva, e “Phil Mendrix”, de Paulo Abreu, vencedor do Palco Nacional das Odisseias Musicais no Muvi 2015, marcam as homenagens a Celeste Rodrigues, fadista ímpar que nos deixou a 1 de agosto último, e a Filipe Mendes, que se despedia 12 dias depois, guitarrista genial conhecido pelo nome de guerra Phil Mendrix.
Phil Mendrix é, também, o primeiro entrevistado de “Heavy Metal Portugal - O Documentário”, de João Mendes, a Sessão de Abertura do quinto Muvi.
A edição de autor aborda a história do heavy metal em Portugal desde os primórdios em 1960, em pleno regime da ditadura, até 2016.
Na Sessão de Encerramento o festival propõe “Farewell”, de Ricardo Clara Couto e Rui Portulez, documentário que marca a despedida das comemorações da primeira década de vida do projeto Sean Riley & The Slowriders.
Pelo meio, “Barulho, Eclipse”, de Ico Costa, "O Stradivarius Português", de Rafael Matos e “Sarapanta”, de Cristiano Saturno, encerram a programação de 2018.
Longe de edições estonteantes no passado, algumas com 200 filmes, entre longas, curtas e vídeos musicais, o Muvi 2018 propõe um programa de onze documentários absolutamente notáveis que vale a pena ver ou rever no cinema.
Quanto a exposições, “Caminhos de Ser Feliz”, de Ana Cláudia Silva e “The Road” (a estrada), de Graziela Costa, podem ser vistas nas vitrines do Cinema São Jorge, em Lisboa, de 8 a 11 de novembro.
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